Nesta quinta-feira (13) a presidente Dilma Rousseff se reuniu com líderes de diversos movimentos sociais, como MST, a UNE, a CTB, a Contag, a CMP e representantes de mulheres pescadoras. As principais linhas de discurso dos líderes dos movimentos, de maneira geral, foram um repúdio ao que chamaram de "golpe da oposição" e várias críticas ao ajuste fiscal, proposto pela equipe econômica do governo Dilma, além de pedidos específicos de cada setor representado.
Um dos discursos mais duros feitos contra os defensores da saída da presidente Dilma foi feito por Vagner Freitas, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Freitas defendeu "ir para as ruas, entricheirados, com armas nas mãos, se tentarem derrubar a presidente Dilma Rousseff".
"Nós seremos o exército que vai enfrentar essa burguesia nas ruas", disse, para aplauso de parte da plateia. "Esse povo que está aqui tem condições de enfrentar os 'coxinhas' na rua", disse ainda, citando líderes de outros movimentos presentes.
Raimundo Bonfim, coordenador do Central de Movimentos Populares (CMP), criticou, de maneira mais branda, os opositores de Dilma. "Os coxinhas que vão pra rua dizem que sonegação fiscal não é corrupção; é corrupção, sim", gritou, para delírio do público.
Guilherme Boulos, líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) também fez um "alerta aos golpistas" que, segundo ele, "se utilizam de insatisfação pessoal para impor o seu projeto político". "Essa turma do Jardins, turma do Leblon, turma do Lago Sul, não representa o povo brasileiro", afirmou Boulos, citando áreas nobres de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Críticas
O líder dos sem-terra, porém, criticou o que considera de negativo na política econômica do governo federal. "Não aceitamos nem aceitaremos um ajuste fiscal que fira direitos trabalhistas", disse, citando investimentos na saúde e educação e defendendo a taxação de grandes fortunas. "A agenda do Brasil não é a agenda do Renan; a agenda do Brasil é a agenda do povo", afirmou Boulos, criticando medidas econômicas propostas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros.
Outra que criticou Dilma face a face foi Elionice Sacramento, do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais. "A gente tem que utilizar aqui como um espaço de denúncia", disse. "O modelo de desenvolvimento que a gente considera retrocesso é um modelo exterminador dos povos tradicionais", criticou, referindo-se da mesma forma ao ajuste fiscal. "Nós não aceitamos que o povo pague a conta da crise", esbravejou.
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