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O presidente
russo comentou que vê "com perplexidade como alguns meios de comunicação
americanos criticam à Europa por uma excessiva, segundo eles, crueldade com os
imigrantes", enquanto os próprios EUA não sofrem a avalanche de refugiados
de países em guerra no Oriente Médio, na Ásia Central e no norte da África. Com
um tom mais agressivo o presidente da Rússia, Vladimir Putin, responsabilizou
os Estados Unidos e a sua política no Oriente Médio pela avalanche de
refugiados que chega atualmente à Europa.
"A crise
(de refugiados) era de se esperar. Nós na Rússia, e esse humilde servidor, já
previmos há vários anos problemas de envergadura se nossos parceiros ocidentais
seguissem com sua política externa errônea, sobretudo nas regiões do mundo
muçulmano", lembrou Putin.
E acrescentou: "A
Europa segue às cegas essa política (dos EUA) no marco de seus compromissos de
aliados e depois arca com todo o peso" das consequências, disse Putin
nesta sexta-feira aos jornalistas durante o Fórum Econômico de Vladivostok.
O chefe do
Kremlin reiterou que essa política realizada até hoje pelo Ocidente pretende
impor seus valores e padrões nessas regiões sem levar em conta suas
peculiaridades históricas, religiosas, nacionais e culturais.
A primeira coisa
que é preciso fazer para resolver o problema dos refugiados, segundo Putin,
"é lutar juntos contra o terrorismo e os extremismos de todo tipo,
principalmente nos países com problemas".
Putin reforçou
que a Rússia quer impulsionar a criação de uma coalizão internacional para
combater os jihadistas do Estado Islâmico (EI), uma proposta que já fez ao
presidente americano, Barack Obama, e também a vários líderes do mundo árabe.
"Apesar de
ser impossível hoje em dia que todos os países interessados em lutar contra o
terrorismo se organizem no campo de batalha, seria preciso conseguir pelo menos
uma coordenação entre eles", advertiu Putin em alusão à recusa do
Ocidente, da Arábia Saudita e da oposição síria em lutar junto às tropas do
presidente Bashar al Assad.
Enquanto Moscou
considera que uma coalizão militar que una o regime de Damasco com sua oposição
na luta contra um inimigo comum impulsionará o processo político na Síria,
Washington se propôs a estender seus ataques aéreos às tropas de Assad se estas
atacarem as milícias apoiadas pelo Ocidente.
A Rússia
reiterou em muitas ocasiões suas críticas às potências ocidentais por minar as
posições de Damasco, alegando que essa estratégia apenas debilitará a
capacidade das autoridades sírias de fazer frente à ameaça do EI.
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