Hoje é a grande oportunidade dos
senadores da bancada do governo fazer a pergunta: E agora Janot ¿ Qual é a sua
atitude diante das declarações na CPI de
Youssef ao afirmar que Aécio Neves foi
beneficiário de propina em Furnas. O Procuradoria-Geral da República, Rodrigo
Janot a será sabatinado às 10h na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Depois de sabatinado, Janot
passará por duas votações: uma na própria CCJ e outra no plenário à tarde.
Responsável pelas acusações de políticos no âmbito da operação Lava-Jato, Janot
terá pela frente na CCJ dez dos 13 senadores investigados no Supremo Tribunal
Federal (STF) em denúncias sobre desvios na Petrobras.
Em depoimento prestado à CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras nesta terça-feira (25), o
doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato,
afirmou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu recursos desviados de
Furnas quando ainda era deputado federal.
Youssef disse que o ex-deputado José
Janene (PP-PR), morto em 2010 e condenado no processo do mensalão, contou que
operava um esquema de corrupção dentro de Furnas e que Aécio seria um dos
beneficiários.
— Eu confirmo [a participação] por
conta do que eu escutava do deputado José Janene, que era meu compadre.
A declaração já havia sido feita em
depoimento ao Ministério Público durante as investigações da Lava Jato. De
acordo com Youssef, Aécio recebia o dinheiro "através de sua irmã".
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, pediu o arquivamento da investigação envolvendo Aécio. A
Procuradoria entendeu que as informações reunidas sobre o presidente do PSDB
não foram suficientes para que ele seja investigado, por isso sugeriu ao
ministro Teori Zavascki o arquivamento da denúncia.
Youssef e o ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa participam de uma acareação na
CPI da Petrobras. Os dois confirmaram o pagamento de propina de R$ 10 milhões
para evitar uma CPI no Congresso.
Como já foi afirmado pelo advogado de
Alberto Youssef e, conforme concluiu a PGR (Procuradoria Geral da República) e
o STF (Supremo Tribunal Federal), as referências feitas ao senador Aécio Neves
são improcedentes e carecem de quaisquer elementos que possam minimamente
confirmá-las.
Não se tratam de informações
prestadas, mas sim de ilações inverídicas feitas por terceiros já falecidos, a
respeito do então líder do PSDB na Câmara dos Deputados, podendo, inclusive,
estar atendendo a algum tipo de interesse político de quem o fez à época.
Em seu depoimento à Polícia Federal,
conforme a petição da PGR, Youssef afirma que: "Nunca teve contato com
Aécio Neves" (página 18) e que "questionado se fez alguma operação
para o PSDB, o declarante disse que não" (página 20).
Na declaração feita hoje, diante da
pressão de deputados do PT, Yousseff repetiu a afirmativa feita meses atrás: de
que nunca teve qualquer contato com o senador Aécio Neves e de que não teve
conhecimento pessoal de qualquer ato, tendo apenas ouvido dizer um comentário
feito por um terceiro já falecido.
Dessa forma, a tentativa feita
pelo deputado do PT Jorge Solla, durante audiência da CPI que investiga desvios
na Petrobras, buscou apenas criar um factoide para desviar a atenção de fatos
investigados pela Polícia Federal e pela Justiça e que atingem cada vez mais o
governo e o PT.
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