José Dirceu (o segundo em pé, da esquerda para a direita), junto com os demais prisioneiros políticos libertados em troca do embaixador norte-americano. Fotografia efetuada antes do embarque do grupo para o exílio. |
José Dirceu iniciou sua militância
política no movimento estudantil em 1965, ano em que iniciou seus estudos de
Direito na PUC-SP, sendo vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes
(DCE) no período de 1965-66.
Ainda em 1966 rompeu com o Partido Comunista
Brasileiro (PCB) e ajudou na formação paulista das chamadas
"Dissidências", em São Paulo a sigla era "DI-SP" (esta
organização acabou tendo enorme afinidade política com o grupo de Carlos Marighella,
que mais tarde viria formar a Ação Libertadora Nacional). No entanto, Dirceu
nunca fez parte dos quadros da ALN. Em 1967 Dirceu, que era conhecido pelo
codinome de "Daniel", presidiu a União Estadual de Estudantes (UEE),
firmando-se como líder estudantil. Em 1968 foi preso em Ibiúna, no interior de
São Paulo, durante uma tentativa de realização do XXX Congresso da União
Nacional dos Estudantes (UNE).
José Dirceu (o segundo em pé, da
esquerda para a direita), junto com os demais prisioneiros políticos libertados
em troca do embaixador norte-americano. Fotografia efetuada antes do embarque
do grupo para o exílio.
Em 1969 os grupos guerrilheiros
marxistas-lenistas conhecidos como MR-8 e ALN seqüestraram o embaixador dos
Estados Unidos, Charles Burke Elbrick. Os revolucionários exigiram a libertação
de uma lista de prisioneiros políticos, entre eles José Dirceu. O incidente do
seqüestro do embaixador foi contado no livro "O Que É Isso,
Companheiro?" (1979), de autoria do deputado Fernando Gabeira (PV),
posteriormente transformado em filme (Bruno Barreto, 1997). Em 2007, o diretor
Silvio-Da-Rin lançou o documentário "Hércules 56", onde os
protagonistas relatam em detalhes sobre o episódio do sequestro e da libertação
dos 15 presos. O filme dá voz também a todos os que foram trocados pelo
embaixador norte-americano e que ainda estão vivos.
Os presos trocados pelo embaixador,
deportados do Brasil, seguiram para o México, a bordo do avião da Força Aérea
modelo C-130 Hércules, matricula 2456. De lá seguiram para Cuba e Paris. Dirceu
foi para Cuba. Durante o exílio, trabalhou, recebeu treinamento militar e
estudou na ilha.
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