A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disparou nesta quinta-feira (27), puxada pela alta no preço das commodities. Petrobras, Vale e demais siderúrgicas lideraram os ganhos, que no fim do pregão resultaram em alta de 3,64% no Ibovespa, aos 47.715 pontos. Influenciaram o resultado medidas do governo chinês para conter a volatilidade do mercado e dados positivos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano.
No cenário interno, a divulgação de contas do governo mostraram um déficit primário de R$ 7,223 bilhões em julho e de R$ 9,05 bilhões no acumulado dos primeiros sete meses do ano. Trata-se do pior resultado para o mês de julho desde 1997. A notícia desacelerou o Ibovespa, mas o índice conseguiu manter seus ganhos até o final do pregão.
Em meio a uma das maiores altas diárias dos últimos anos no preço do petróleo, as ações ordinárias (PETR3) da Petrobras tiveram valorização de 11,28%, cotadas a R$ 10,16. As preferenciais (PETR4), por sua vez, avançaram 9,62%, a R$ 8,89. O setor siderúrgico também teve bom desempenho, com altas nos papeis da Vale (VALE3, R$ 17,69, +11,26%; VALE5, R$ 13,72, +8,63%), CSN (CSNA3, R$ 3,45, +8,87%), Gerdau (GGBR4, R$ 5,40, +10,88%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,13, +17,67%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,06, +5,88%).
Os bancos também seguiram em alta, repetindo o pregão da véspera, em função da decisão da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) de estipular 1º de janeiro de 2019 como início da vigência da nova alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que será de 20%, segundo a MP 675. Subiram Bradesco (BBDC3, R$ 27,00, +3,85%; BBDC4, R$ 24,67, +2,45%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 28,34 , +3,54%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 19,23, +3,55%).
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em alta de 2,27%, aos 16.655 pontos. O S&P 500 também teve alta, de 2,45%, terminando o pregão a 1.988 pontos.
Bolsas europeias fecham em alta, impulsionadas por medidas do governo chinês e commodities
As principais bolsas europeias encerraram esta quinta-feira (27) em forte alta, impulsionadas pelas medidas do governo chinês para conter a alta volatilidade do mercado e pela disparada nos preços das commodities. Resultados de Wall Street no pregão da véspera também influenciaram as valorizações. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 3,46%, aos 362,27 pontos.
Na manhã de hoje, o Banco Central da China anunciou planos para conter o recuo de sua moeda e o governo do país flexibilizou regras para investimentos imobiliários. Na terça-feira (25), o banco já havia anunciado um corte de 0,25% em sua taxa básica de juros e ontem (26), injetou 140 bilhões de yuans no sistema financeiro local. Todas essas medidas ocasionaram um aumento significativo no preço das commodities, beneficiando empresas ligadas a esses produtos.
Os bons resultados na Europa também foram influenciados pelas fortes altas nas bolsas de Nova York no pregão de ontem e pela revisão do PIB norte-americano, divulgado na manhã de hoje.
A bolsa de Londres teve o melhor desempenho do continente: fechou em alta de 3,56%, aos 6.192,03 pontos. O índice CAC-40, de Paris, subiu 3,49%, aos 4.658,18 pontos. Em Frankfurt, o DAX teve valorização de 3,18%, aos 10.315,62 pontos. Em Milão, o índice FTSE subiu 3,39%, para 22.201,24 pontos. A bolsa de Madri teve alta de 3,06%, aos 10.290,20 pontos e a de Lisboa cresceu 2,37%, aos 5.305,40 pontos.
Bolsas da China fecham em forte alta de 5,34%
As bolsas da China se recuperaram depois de três quedas consecutivas e fecharam em forte alta nesta quinta-feira (27). O índice Xangai Composto avançou 5,32%, aos 3.083,59 pontos; e o Índice SZSE Component subiu 3,58%.
Outros mercados asiáticos acompanharam a alta da China. Em Tóquio, o Nikkei 225 avançou 1,08%, aos 18.574,44 pontos; em Hong Kong, o Hang Seng subiu 3,81% aos 21.883,14 pontos; em Seul, o índice Kospi teve alta de 0,73% aos 1.908,00 pontos; em Cingapura, o Straits Time avançou 2,49%, aos 2.944,43 pontos; em Taiwan, o Taiwan Weighted, fechou em alta de 1,41%, aos 7.824,55 pontos.
O mercado reagiu bem às medidas do governo chinês anunciadas na terça e quarta-feira (26/8) para conter a alta volatilidade do mercado, como o corte de 0,25% da taxa básica de juros, para 4,60%, redução dos encaixes compulsórios dos bancos, corte de tarifas relacionadas ao comércio exterior coletadas pelo governo central e pelos governos locais, e injeção de cerca de US$ 21,8 bilhões nos bancos, por meio de uma operação de liquidez de curto prazo, a primeira do gênero desde janeiro.
Yuan fecha em leve alta ante o dólar, apesar de orientação do PBoC
O dólar comercial caiu 1,35%, sendo cotado a R$ 3,5528. O dólar futuro para setembro seguiu movimento contrário, caindo 1,30%, a R$ 3,555.
O Banco Central da China (PBoC) estipulou a taxa de paridade desta quinta-feira de Yuan/dólar em 6,4085 yuans por dólar, ante 6,4043 yuans/dólar na sessão anterior.
No fim do dia em Xangai, o dólar estava em 6,4053 yuans, com queda marginal de 0,08% ante o fechamento de 6,4105 yuans do pregão anterior.