quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Petrobras e Vale disparam e levam Bolsa à maior alta em nove meses

Plataforma da Petrobras em São Roque do Paraguaçu (BA)
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disparou nesta quinta-feira (27), puxada pela alta no preço das commodities. Petrobras, Vale e demais siderúrgicas lideraram os ganhos, que no fim do pregão resultaram em alta de 3,64% no Ibovespa, aos 47.715 pontos. Influenciaram o resultado medidas do governo chinês para conter a volatilidade do mercado e dados positivos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano.
No cenário interno, a divulgação de contas do governo mostraram um déficit primário de R$ 7,223 bilhões em julho e de R$ 9,05 bilhões no acumulado dos primeiros sete meses do ano. Trata-se do pior resultado para o mês de julho desde 1997. A notícia desacelerou o Ibovespa, mas o índice conseguiu manter seus ganhos até o final do pregão.  
Em meio a uma das maiores altas diárias dos últimos anos no preço do petróleo, as ações ordinárias (PETR3) da Petrobras tiveram valorização de 11,28%, cotadas a R$ 10,16. As preferenciais (PETR4), por sua vez, avançaram 9,62%, a R$ 8,89. O setor siderúrgico também teve bom desempenho, com altas nos papeis da Vale (VALE3, R$ 17,69, +11,26%; VALE5, R$ 13,72, +8,63%), CSN (CSNA3, R$ 3,45, +8,87%), Gerdau (GGBR4, R$ 5,40, +10,88%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,13, +17,67%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,06, +5,88%). 
Os bancos também seguiram em alta, repetindo o pregão da véspera, em função da decisão da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) de estipular 1º de janeiro de 2019 como início da vigência da nova alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que será de 20%, segundo a MP 675. Subiram Bradesco (BBDC3, R$ 27,00, +3,85%; BBDC4, R$ 24,67, +2,45%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 28,34 , +3,54%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 19,23, +3,55%).
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em alta de 2,27%, aos 16.655 pontos. O S&P 500 também teve alta, de 2,45%, terminando o pregão a 1.988 pontos. 
Bolsas europeias fecham em alta, impulsionadas por medidas do governo chinês e commodities
As principais bolsas europeias encerraram esta quinta-feira (27) em forte alta, impulsionadas pelas medidas do governo chinês para conter a alta volatilidade do mercado e pela disparada nos preços das commodities. Resultados de Wall Street no pregão da véspera também influenciaram as valorizações. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 3,46%, aos 362,27 pontos.
Na manhã de hoje, o Banco Central da China anunciou planos para conter o recuo de sua moeda e o governo do país flexibilizou regras para investimentos imobiliários. Na terça-feira (25), o banco já havia anunciado um corte de 0,25% em sua taxa básica de juros e ontem (26), injetou 140 bilhões de yuans no sistema financeiro local. Todas essas medidas ocasionaram um aumento significativo no preço das commodities, beneficiando empresas ligadas a esses produtos.
Os bons resultados na Europa também foram influenciados pelas fortes altas nas bolsas de Nova York no pregão de ontem e pela revisão do PIB norte-americano, divulgado na manhã de hoje.
A bolsa de Londres teve o melhor desempenho do continente: fechou em alta de 3,56%, aos 6.192,03 pontos. O índice CAC-40, de Paris, subiu 3,49%, aos 4.658,18 pontos. Em Frankfurt, o DAX teve valorização de 3,18%, aos 10.315,62 pontos. Em Milão, o índice FTSE subiu 3,39%, para 22.201,24 pontos. A bolsa de Madri teve alta de 3,06%, aos 10.290,20 pontos e a de Lisboa cresceu 2,37%, aos 5.305,40 pontos.
Bolsas da China fecham em forte alta de 5,34%
As bolsas da China se recuperaram depois de três quedas consecutivas e fecharam em forte alta nesta quinta-feira (27). O índice Xangai Composto avançou 5,32%, aos 3.083,59 pontos; e o Índice SZSE Component subiu 3,58%.
Outros mercados asiáticos acompanharam a alta da China. Em Tóquio, o Nikkei 225 avançou 1,08%, aos 18.574,44 pontos; em Hong Kong, o Hang Seng subiu 3,81% aos 21.883,14 pontos; em Seul, o índice Kospi teve alta de 0,73% aos 1.908,00 pontos; em Cingapura, o Straits Time avançou 2,49%, aos 2.944,43 pontos; em Taiwan, o Taiwan Weighted, fechou em alta de 1,41%, aos 7.824,55 pontos.
O mercado reagiu bem às medidas do governo chinês anunciadas  na terça e quarta-feira (26/8) para conter a alta volatilidade do mercado, como o corte de 0,25% da taxa básica de juros, para 4,60%, redução dos encaixes compulsórios dos bancos, corte de tarifas relacionadas ao comércio exterior coletadas pelo governo central e pelos governos locais, e injeção de cerca de US$ 21,8 bilhões nos bancos, por meio de uma operação de liquidez de curto prazo, a primeira do gênero desde janeiro.
Yuan fecha em leve alta ante o dólar, apesar de orientação do PBoC
O dólar comercial caiu 1,35%, sendo cotado a R$ 3,5528. O dólar futuro para setembro seguiu movimento contrário, caindo 1,30%, a R$ 3,555. 
O Banco Central da China (PBoC) estipulou a taxa de paridade desta quinta-feira de Yuan/dólar em 6,4085 yuans por dólar, ante 6,4043 yuans/dólar na sessão anterior.
No fim do dia em Xangai, o dólar estava em 6,4053 yuans, com queda marginal de 0,08% ante o fechamento de 6,4105 yuans do pregão anterior.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Ao vivo: Rodrigo Janot é sabatinado no Senado


Hoje é a grande oportunidade dos senadores da bancada do governo fazer a pergunta: E agora Janot ¿

Hoje é a grande oportunidade dos senadores da bancada do governo fazer a pergunta: E agora Janot ¿ Qual é a sua atitude diante das declarações na  CPI de Youssef  ao afirmar que Aécio Neves foi beneficiário de propina em Furnas. O Procuradoria-Geral da República, Rodrigo Janot a  será sabatinado às 10h na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Depois de sabatinado, Janot passará por duas votações: uma na própria CCJ e outra no plenário à tarde. Responsável pelas acusações de políticos no âmbito da operação Lava-Jato, Janot terá pela frente na CCJ dez dos 13 senadores investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) em denúncias sobre desvios na Petrobras.
Em depoimento prestado à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras nesta terça-feira (25), o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato, afirmou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu recursos desviados de Furnas quando ainda era deputado federal.
Youssef disse que o ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010 e condenado no processo do mensalão, contou que operava um esquema de corrupção dentro de Furnas e que Aécio seria um dos beneficiários.
— Eu confirmo [a participação] por conta do que eu escutava do deputado José Janene, que era meu compadre.

A declaração já havia sido feita em depoimento ao Ministério Público durante as investigações da Lava Jato. De acordo com Youssef, Aécio recebia o dinheiro "através de sua irmã".
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu o arquivamento da investigação envolvendo Aécio. A Procuradoria entendeu que as informações reunidas sobre o presidente do PSDB não foram suficientes para que ele seja investigado, por isso sugeriu ao ministro Teori Zavascki o arquivamento da denúncia.
Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa participam de uma acareação na CPI da Petrobras. Os dois confirmaram o pagamento de propina de R$ 10 milhões para evitar uma CPI no Congresso.
Como já foi afirmado pelo advogado de Alberto Youssef e, conforme concluiu a PGR (Procuradoria Geral da República) e o STF (Supremo Tribunal Federal), as referências feitas ao senador Aécio Neves são improcedentes e carecem de quaisquer elementos que possam minimamente confirmá-las.
Não se tratam de informações prestadas, mas sim de ilações inverídicas feitas por terceiros já falecidos, a respeito do então líder do PSDB na Câmara dos Deputados, podendo, inclusive, estar atendendo a algum tipo de interesse político de quem o fez à época.
Em seu depoimento à Polícia Federal, conforme a petição da PGR, Youssef afirma que: "Nunca teve contato com Aécio Neves" (página 18) e que "questionado se fez alguma operação para o PSDB, o declarante disse que não" (página 20).
Na declaração feita hoje, diante da pressão de deputados do PT, Yousseff repetiu a afirmativa feita meses atrás: de que nunca teve qualquer contato com o senador Aécio Neves e de que não teve conhecimento pessoal de qualquer ato, tendo apenas ouvido dizer um comentário feito por um terceiro já falecido.


Dessa forma, a tentativa feita pelo deputado do PT Jorge Solla, durante audiência da CPI que investiga desvios na Petrobras, buscou apenas criar um factoide para desviar a atenção de fatos investigados pela Polícia Federal e pela Justiça e que atingem cada vez mais o governo e o PT.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Ontem, dia 20, enquanto muitos petistas e simpatizantes comemoravam nas ruas a denúncia contra o presidente da Câmara, por causa da Lava Jato. Oposição acerta com Cunha estratégia para impeachment de Dilma.


A oposição já definiu qual a melhor estratégia para levar adiante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Tudo foi discutido de maneira intensa ontem (20.ago.2015), enquanto o Palácio do Planalto, ministros governistas e muitos petistas e simpatizantes comemoravam nas ruas a denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por causa da Lava Jato.

Em salas adjacentes à presidência da Câmara, deputados de partidos oposicionistas decidiram ressuscitar uma estratégia pensada (e depois quase esquecida) há cerca de 2 meses. Diante da conjuntura atual, o ideal será voltar a recomendar a Eduardo Cunha que arquive os pedidos de impeachment que estão sob sua análise.

Pode parecer contraintuitivo que a oposição esteja sugerindo o arquivamento e ao mesmo tempo desejando o impeachment. Mas há uma lógica cristalina por trás dessa estratégia. Funciona assim:


1) o poder de Eduardo Cunha: o presidente da Câmara (qualquer um que ocupe o cargo) é quem recebe eventuais pedidos de impeachment contra o presidente da República. Tem poder absoluto sobre o processo enquanto tudo está em suas mãos. A decisão inicial é unipessoal.

Há 3 opções para o comandante da Câmara: a) “receber'' (na acepção jurídica do termo) e mandar o processo de impeachment andar; b) rejeitar o pedido e mandá-lo para o arquivo; c) não fazer nada, pois não existe prazo legal que o obrigue a tomar uma decisão dentro de algum prazo definido.

Hoje, se Eduardo Cunha aceitar algum pedido de impeachment contra Dilma poderia ser acusado (e vai ser) de estar retaliando contra o Palácio do Planalto, a quem acusa de estar por trás da acusação da Lava Jato.

Se não fizer nada, Cunha será então acusado de capitular ao poder do governo e de tentar fazer um acordão para se livrar da Lava Jato. Esse seria o melhor dos mundos para o Planalto, que ontem (20.ago.2015) vendeu a versão de uma iminente desidratação do peemedebista e consequente enfraquecimento da tese do impeachment . Os “spin doctors'' palacianos fizeram um eficaz trabalho de disseminação desse raciocínio para a mídia em geral (títulos de reportagens hoje em veículos impressos: “Impeachment perde força após a denúncia, avaliam ministros'', “Cunha tentará ‘incendiar’ a Câmara, mas perderá credibilidade para tal'' e “Planalto vê impeachment mais fraco após denúncia'').

Mas se optar pela terceira opção e arquivar os pedidos de impeachment, Cunha estará dando um “nó tático'', como se diz no futebol, em todos os que imaginaram saídas convencionais. Não poderá ser acusado de perseguir Dilma Rousseff (afinal, arquivou os pedidos).



2) a rejeição é o caminho mais rápido: no mesmo dia em que a rejeição de Cunha aos pedidos de impeachment se tornar pública (a oposição deseja que isso se dê já na semana que vem), algum deputado anti-Dilma apresentará um recurso contra o arquivamento. Esse recurso precisa ser apresentado ao plenário da Câmara. Basta maioria simples para obter vitória.

A maioria simples se dá quando metade dos 513 deputados já registraram presença. Ou seja, bastam 257 no plenário. Nessa hipótese, 129 votos já seriam suficientes para colocar o processo do pedido de impeachment em andamento.

O governo tem perdido quase todas as disputas na Câmara. Uma votação como essa é muito mais fácil para a oposição do que para o Planalto.

Nessa estratégia, Eduardo Cunha fica preservado num momento em que está se defendendo da denúncia de envolvimento na Lava Jato (eis a íntegra da acusação).

A única forma de Eduardo Cunha colaborar de maneira eficaz com o governo seria não fazendo nada. Teria de não se pronunciar a respeito dos pedidos de impeachment: não manda para a frente nem arquiva. Ele tem poder para agir assim. O Regimento Interno da Câmara não fixa prazo para que o presidente da Casa tome uma decisão quando recebe pedidos de impedimento contra o presidente da República.

Nos últimos anos, os pedidos que chegam são sempre ignorados por muito tempo. Depois, são arquivados –por serem ineptos e não terem fundamentos legais. Isso dificulta a vitória de algum recurso contrário ao arquivamento e apresentado ao plenário. Só que agora Cunha tomou uma providência: pediu que a assessoria da Câmara verificasse todos os problemas formais e perguntou aos autores se desejariam fazer alguma correção. Muitos fizeram isso.

Na avaliação dos técnicos da Câmara, 2 ou 3 pedidos de impeachment atendem a todos os requisitos técnicos.

Se Cunha concordar em rapidamente mandar arquivar todos os pedidos, a oposição escolherá um deles para ser debatido no plenário.

O QUE DIZ O REGIMENTO
O artigo 218 do Regimento Interno da Câmara tem 2 parágrafos mais relevantes para sustentar essa estratégia da oposição.

O parágrafo 3º diz que “do despacho do presidente que indeferir o recebimento da denúncia caberá recurso ao plenário”.

Ou seja, quando Cunha rejeitar os pedidos de impeachment e mandar arquivá-los, a oposição poderá recorrer ao conjunto total dos deputados da Casa.

Como o parágrafo 3º não especifica como será a votação (fala só em “recurso ao plenário''), a regra nesses casos é adotar a maioria simples –o caminho mais fácil para a oposição.

Depois da votação em plenário, se a maioria dos deputados reverter o arquivamento promovido por Cunha (cenário mais provável na conjuntura atual), o processo de impeachment começa a tramitar de maneira irreversível –e muito rápida.

É que o parágrafo 4º do artigo 218 do regimento dos deputados afirma que “do recebimento da denúncia será notificado o denunciado para manifestar-se, querendo, no prazo de dez sessões”.

Ou seja, uma vez o plenário –por maioria simples– dizendo que o pedido de impeachment contra Dilma deve ser analisado, nada mais poderá ser feito. A presidente teria de apresentar sua defesa a uma comissão especial, que daria seu parecer em até 5 sessões. É um processo sumário e muito rápido.


Depois que a comissão apresenta seu parecer, o assunto entra na “ordem do dia” da Câmara em 48 horas. Eis o artigo que trata de impeachment no Regimento Interno da Câmara (clique na imagem para ampliar):
RegimentoCamaraImpeachment
No plenário, quando o impeachment vai de fato ser apreciado, o cenário é mais difícil para a oposição. São necessários 342 votos: dois terços dos votos dos 513 deputados para que a presidente da República seja impedida –afastada do cargo até que o Senado julgue o processo em definitivo.

A decisão no plenário da Câmara, segundo o regimento da Casa, é “por votação nominal, pelo processo de chamada de deputados”. Trata-se do sistema no qual o congressista é chamado pelo nome, caminha até o microfone, faz um minidiscurso e declina o seu voto. Tudo transmitido ao vivo pelas TVs. É o momento da glória para os políticos interessados em autopromoção, fazer populismo e pensar muito mais em si próprios do que no país.

O QUE PODE DAR ERRADO PARA A OPOSIÇÃO
Eduardo Cunha pode se recusar a entrar nessa estratégia. Ele tem sido ambíguo nas suas conversas com deputados de oposição. Tudo está nas mãos do presidente da Câmara.

COMO O GOVERNO PODE REAGIR
Se Cunha aceitar arquivar os pedidos, permitindo o questionamento em plenário, será necessária uma manobra muito grande para impedir a instalação da comissão especial que analisará o tema.

O governo hoje mal consegue indicar seus deputados para integrar o comando de CPIs relevantes como a do BNDES e dos fundos de pensão. Não há, no momento, energia no Planalto capaz de manobrar para impedir a instalação de uma comissão especial.

A esperança do governo é o Supremo Tribunal Federal. Haveria uma disposição do STF para barrar a progressão de um processo de impeachment, por considerar que não existe o fato concreto que configure o “crime de responsabilidade'' de Dilma Rousseff. Seria uma saída para o Planalto, mas com desgaste político gigantesco: 2 Poderes da República (Legislativo e Judiciário) teriam de duelar em público.

Tudo considerado, é claro que ainda continua intangível essa hipótese de prosperar um processo de impeachment. Só que continua a existir disposição entre os oposicionistas. A popularidade presidencial segue no chão. A recessão econômica entra na sua fase mais dramática neste 2º semestre de 2015. E Eduardo Cunha é dado a estratégias heterodoxas (pode aceitar a “bruxaria'' do arquivamento dos pedidos de impeachment).

Se o plano da oposição seguir em frente, mesmo que o impeachment não venha, haverá enorme desgaste do Planalto. A administração federal petista terá de suar até debelar por completo o problema. Gastará energia vital que poderia ser usada para tentar recuperar a economia, fazer o país andar e melhorar a conjuntura geral. Mas tudo isso teria de ser adiado porque a prioridade número 1 será salvar Dilma Rousseff e mantê-la na cadeira.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

CUT (Central Única dos Trabalhadores): "Ir para as ruas, entricheirados, com armas nas mãos, se tentarem derrubar a presidente Dilma Rousseff".

Nesta quinta-feira (13) a presidente Dilma Rousseff se reuniu com líderes de diversos movimentos sociais, como MST, a UNE, a CTB, a Contag, a CMP e representantes de mulheres pescadoras. As principais linhas de discurso dos líderes dos movimentos, de maneira geral, foram um repúdio ao que chamaram de "golpe da oposição" e várias críticas ao ajuste fiscal, proposto pela equipe econômica do governo Dilma, além de pedidos específicos de cada setor representado.
Um dos discursos mais duros feitos contra os defensores da saída da presidente Dilma foi feito por Vagner Freitas, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Freitas defendeu "ir para as ruas, entricheirados, com armas nas mãos, se tentarem derrubar a presidente Dilma Rousseff".


"Nós seremos o exército que vai enfrentar essa burguesia nas ruas", disse, para aplauso de parte da plateia. "Esse povo que está aqui tem condições de enfrentar os 'coxinhas' na rua", disse ainda, citando líderes de outros movimentos presentes.

Raimundo Bonfim, coordenador do Central de Movimentos Populares (CMP), criticou, de maneira mais branda, os opositores de Dilma. "Os coxinhas que vão pra rua dizem que sonegação fiscal não é corrupção; é corrupção, sim", gritou, para delírio do público. 

Guilherme Boulos, líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) também fez um "alerta aos golpistas" que, segundo ele, "se utilizam de insatisfação pessoal para impor o seu projeto político". "Essa turma do Jardins, turma do Leblon, turma do Lago Sul, não representa o povo brasileiro", afirmou Boulos, citando áreas nobres de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Críticas

O líder dos sem-terra, porém, criticou o que considera de negativo na política econômica do governo federal. "Não aceitamos nem aceitaremos um ajuste fiscal que fira direitos trabalhistas", disse, citando investimentos na saúde e educação e defendendo a taxação de grandes fortunas. "A agenda do Brasil não é a agenda do Renan; a agenda do Brasil é a agenda do povo", afirmou Boulos, criticando medidas econômicas propostas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros.

Outra que criticou Dilma face a face foi Elionice Sacramento, do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais. "A gente tem que utilizar aqui como um espaço de denúncia", disse. "O modelo de desenvolvimento que a gente considera retrocesso é um modelo exterminador dos povos tradicionais", criticou, referindo-se da mesma forma ao ajuste fiscal. "Nós não aceitamos que o povo pague a conta da crise", esbravejou.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Marcha das Margaridas Dilma disse que O governo vai manter um diálogo constante com as mulheres para construir políticas que permitam fazer do Brasil um País onde elas e os homens tenham iguais direitos e oportunidades

O governo vai manter um diálogo constante com as mulheres para construir políticas que permitam fazer do Brasil um País onde elas e os homens tenham iguais direitos e oportunidades, afirmou a presidenta Dilma Rousseff nesta quarta-feira (12), no encerramento da 5ª Edição da Marcha das Margaridas, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. “Quero reafirmar nossa parceria e me somar a vocês nessa mobilização por justiça, por autonomia, por igualdade, liberdade, democracia e não ao retrocesso”, disse.
“Juntas, nós, Margaridas, que geramos a vida e a defendemos, não permitiremos que ocorra qualquer retrocesso nas conquistas sociais e democráticas de nosso País,” acrescentou.
Nesse sentido, a presidenta anunciou ter assinado, nesta quarta-feira, um decreto com novas regras para o Programa Nacional de Crédito Fundiário e a criação das Patrulhas Rurais Maria da Penha, que vão atuar contra a violência à mulher no campo e em áreas remotas.
Dilma com margaridas
“Assinei hoje o decreto com as novas regras no Programa Nacional de Crédito Fundiário. Depois de 17 anos sem revisão, estamos atualizando os perfis de renda e de patrimônio dos beneficiários do programa, que passam a ter como limite superior os valores de R$ 30 mil e R$ 60 mil, respectivamente”, informou.
O novo decreto prevê também que, quando a aquisição de terras for entre herdeiros, o limite de patrimônio será de R$ 100 mil. “É mais uma demanda de vocês, uma demanda da agricultura familiar, que meu governo atende”, afirmou.
Sobre as Patrulhas Rurais Maria da Penha, Dilma adiantou que serão feitas parcerias com as forças policiais que atuam em nível local, “para que a mulher vítima de violência seja assistida de maneira correta e haja, de fato, prevenção da violência e de feminicídios”.
E acrescentou: “Uma questão que é primordial, que é fundamental para mim, como primeira mulher presidenta do Brasil, é a tolerância zero com a violência contra as mulheres brasileiras. Em parceria com vocês, mulheres de todo o Brasil, mulheres do campo, das florestas, das águas, o governo federal irá implementar as Patrulhas Rurais Maria da Penha”.
Segundo a presidenta, uma vez articulada a implantação destas patrulhas, o governo vai ampliar o número de serviços especializados de atenção à mulher no meio rural. Nessas ações, ressalvou saber das dimensões do território brasileiro e  que aqui se vive um pacto federativo, mas que é preciso cuidar muito “cuidar muito”, para que o combate à violência seja igual em todos os lugares.“Estejam certas que nós faremos isso”, garantiu.
Pronatec e saúde
Durante sua fala no Mané Garrincha, Dilma Rousseff anunciou ainda que serão criados cursos voltados à capacitação das mulheres no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “Vamos criar cursos voltados à capacitação, até o final de 2018, de dez mil promotoras legais, que nos ajudarão no acompanhamento dessas ações. Meu compromisso é combater a violência contra as mulheres em todas as suas formas, de maneira implacável”.

Na área da saúde, a presidenta destacou que o governo está lançando uma mobilização nacional para intensificar as ações de atenção integral à saúde da mulher do campo, da floresta e das águas.“A saúde da mulher do campo passará a fazer parte do calendário oficial do Sistema Único de Saúde”, informou.
“No mês de mobilização que, em 2015, será em novembro, os postos de saúde se organizarão para acolhê-las de forma prioritária, ofertando consultas clínico-ginecológicas e exames preventivos, incluindo o papa nicolau, a mamografia, a detecção de hipertensão, diabetes, vacina de HPV e atualização da caderneta de vacinação”, enumerou.
Acrescentou que o governo pretende avançar também no cuidado ao câncer, particularmente de mama e de colo de útero. “Para enfrentar a mortalidade materna, vamos capacitar, já no início desse ano, mais 200 parteiras tradicionais da população do campo e de áreas remotas.”
Além disso, contou que será incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) uma ação inovadora, que poderá salvar a vida de muitas mulheres com sangramento pós-parto. “Disponibilizaremos trajes de emergência, que a mulher veste e controla o sangramento, para reduzir os riscos até a chegada ao hospital. E vamos treinar os profissionais de saúde para utilizá-los.”
971323-margaridas_0382Dilma assumiu também o compromisso de aprimorar as condições para o tratamento de intoxicações agudas, crônicas, por agrotóxicos e acidentes por animais peçonhentos.Destacou que haverá avanços significativos na atenção à saúde bucal das famílias do meio rural.“Neste ano, no ano de 2015, entregaremos 109 unidades odontológicas móveis para atender municípios com população rural, sendo que sete dessas unidades serão destinadas aos distritos de saúde indígena”.
Educação
Na educação, a presidenta lembrou que o Brasil tem um grande desafio, que é cumprimento das metas de atendimento na educação infantil estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação. Isso significa ampliar o número de vagas em creches e pré-escolas nas cidades e no campo em um grande esforço nacional.

“Até 2018, o Ministério da Educação garantirá recursos para a criação de 1200 espaços nas escolas para creches. Trata-se da construção, da implantação em escolas rurais existentes de pelo menos um módulo para atender as crianças, prioritariamente para crianças de quatro a cinco anos. Estejam vocês certas de que faremos todos os esforços necessários para engaja os nossos prefeitos, muito importante fazê-los em nossas metas”, finalizou.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin do PSDB, corta verba da TV Cultura afim de Privatizar:


O apresentador e ator Luciano Amaral (“Mundo da Lua” e “Castelo Rá Tim Bum”) divulgou neste domingo, 9,  em sua página no Facebook, um vídeo que reúne vários ex-apresentadores e produtores da TV Cultura. O registro chama a atenção para o fim de uma série de programas da emissora pública e convoca os espectadores para assinatura de uma petição online direcionada ao Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao atual presidente da emissora, Marcos Mendonça, e ao conselho curador do canal.
Grátis: livros que estimulam a imaginação de quem curte arte e fotografia

Entre os apresentadores que aparecem no protesto batizado de #EuQueroaCulturaViva estão Manuel da Costa Pinto (“Entrelinhas” e “Letra Viva”) e Sabrina Parlatore (“Vitrine”). No vídeo são citadas diversas atrações que saíram do ar nos últimos anos, incluindo “Zoom”, “Cocoricó”, “Mosaicos”, “Programa Novo”, “Pé na Rua”, “Turma da Cultura”, entre outros.
De acordo com o texto da petição, “nos últimos anos, a TV e as rádios Cultura estão passando por um processo de desmonte e terceirização da programação, com a degradação de seu caráter público e da sua qualidade (...) Esse processo vem acompanhado de demissões em massa e de precarização das relações de trabalho, tanto na TV quanto nas rádios, com estrangulamento da equipe de jornalismo e radialismo; enfraquecimento da produção própria de conteúdo, inclusive dos infantis; entrega, sem critérios públicos, de horários na programação para meios de comunicação privados, como a Folha de S.Paulo; sucateamento da cenografia, da marcenaria, de maquinaria e efeitos, além do setor de transportes”.
Em janeiro de 2014, a Cultura foi eleita a 2ª emissora de TV com melhor programação do mundo em uma pesquisa encomendada pela BBC.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

A Presidenta Dilma, ao entregar mais de 4 mil moradias, nesta segunda (10), afirmou que o #MinhaCasaMinhaVida é fruto de uma decisão política de construir casas para quem mais precisa.

A presidenta Dilma Rousseff defendeu nessa segunda-feira (10), em São Luís (MA), que os brasileiros mantenham a tranquilidade porque o País está passando por um momento difícil, mas o Brasil é mais forte do que esses desafios. Ela assegurou que o governo está fazendo todos os esforços para que as dificuldades passem o mais rapidamente possível, inclusive com a manutenção de investimentos em programas sociais.

“[Esse] é um período de dificuldades, que geralmente gera incertezas. Por isso, quero falar para vocês: não fiquem inseguros, nem apreensivos. Essa é uma situação temporária e vai passar. (…) Precisamos entender que é necessário um grande esforço do governo. Eu trabalho dia e noite, incansavelmente, para que essa travessia seja a mais breve possível”, enfatizou.


As afirmações da presidenta foram feitas durante a entrega de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, na capital maranhense. A cerimônia foi realizada simultaneamente com as entregas de outras unidades habitacionais no município de Caxias (MA), e em Campo Grande e Anastácio, no estado de Mato Grosso do Sul.
 
Não haverá retrocesso em programas sociais
Dilma garantiu que, mesmo durante a travessia das atuais dificuldades, o governo não vai abandonar os programas sociais. “O Minha Casa, Minha Vida, o Mais Médicos, que aqui trouxe grandes contribuições [ao estado]. Porque em muitos municípios do Maranhão não tinha nenhum médico”, lembrou.

“Quero dizer a vocês que vamos continuar destinando os recursos públicos para habitação popular sim. Não vamos deixar haver retrocesso nos programas. Falo não para aqueles que já receberam a casa própria, mas para os que ainda vão receber. (…)Não vamos deixar de garantir que haja acesso de pessoas mais pobres ao Prouni, ao Fies. Não vamos recuar do Bolsa Família. Enfim, vamos manter os programas sociais”, enfatizou.

Dilma falou ainda sobre o Pronatec e da garantia de financiamento para os pequenos e micro empreendedores.

A presidenta destacou que é preciso vencer o medo e ter persistência para realizar grandes obras. “Se, lá atrás, tivéssemos tido medo e achado que não íamos conseguir fazer 200 mil casas [no Minha Casa, Minha Vida], hoje não teríamos essa cerimônia aqui. Porque estamos chegando agora à entrega de mais de 2.500 casas”.

Pensem no Brasil primeiro, diz presidenta
Ainda sobre o esforço para superar as atuais dificuldades, a presidenta acrescentou que é preciso que, neste momento, as pessoas pensem primeiramente no Brasil, naquilo que é útil para a Nação e para a população brasileira, deixando de lado seus interesses pessoais imediatos. E condenou o vale-tudo para atingir seja os governos federal, estaduais ou municipais.

“É preciso que as pessoas prensem primeiro no Brasil (…) e só depois pensem em seus partidos e em seus projetos pessoais. O Brasil precisa de estabilidade para fazer essa travessia”, disse.

Alertou ser necessário que as medidas mais urgentes sejam tomadas sem demoras. Ninguém que pensa no Brasil e no povo brasileiro deve aceitar a teoria de que se eu não gosto do governo, então vou enfraquece-lo, disse. “Aí, é apostar no quanto pior, melhor. [Mas] melhor para quem? É essa a pergunta. [Porque] é pior para a população, é pior para o povo. É pior para todos nós”.

Dilma afirmou que, por todas essas razões, não concorda com medidas aprovadas para levar instabilidade econômica ou política ao País. “Não concordamos com medidas que levem ao caos do governo, dos estados e dos municípios. Quero aproveitar para fazer um apelo aos brasileiros: vamos repudiar o vale-tudo para atingir qualquer governo, seja o governo federal, estadual ou municipal. No vale-tudo, quem acaba sendo atingido pela torcida do quanto pior melhor é a população do País, do estado e do município”.


Por fim, afirmou que todas as iniciativas do governo federal têm um obtivo claro, dar condições para que os brasileiros entrem em um novo ciclo de crescimento, gerando mais empregos, garantindo mais renda e mais oportunidades para que as famílias possam trilhar o caminho do seu desenvolvimento.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

ONU DIZ; "Mídia concentrada prejudica democracia" No Brasil não existe uma democracia ampla sobre a liberdade de expressão, as principais empresas de comunicação estão na mão de seis famílias e partilhados entre aliados políticos.

por Redação RBA publicado 10/08/2015 12:50, 
São Paulo – No Brasil, as principais empresas de comunicação estão na mão de seis famílias, que controlam 90% de toda a receita publicitária pública e privada. Para discutir o assunto, a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu um debate no Sindicato dos Jornalistas no Rio de Janeiro, para tratar sobre a regulamentação da mídia e a liberdade de expressão.

No evento, o diretor do Centro de Informação da ONU no Brasil, Giancarlo Summa, afirmou que no Brasil não existe uma democracia ampla sobre a liberdade de expressão. “A liberdade de expressão é um direito humano e não significa somente ausência de censura, mas também a diversidade de ideias e jornalistas trabalhando sem ameaças econômicas ou, até mesmo, contra sua integridade física.” Em entrevista à repórter Marina Vianna, da TVT, ele completa: “A América Latina tem alguns pontos incomuns, de forma geral, a mídia é muito concentrada na mão de poucas empresas, o que não é bom para a democracia”.

O relator especial para a Liberdade de Expressão da OEA, Edison Lanza, participou do encontro. Para ele, o Estado deve ter uma proposta clara dos meios de regulação, mas precisa estar atento à convenção americana de direitos humanos no que diz respeito à preservação da liberdade de expressão.

Durante o debate, ele afirmou que os meios de comunicação na América Latina, principalmente no Brasil, foram formados por famílias e partilhados entre aliados políticos ao decorrer dos anos. “Os governos tiveram, em geral, muito pouco êxito em desmontar essa situação.”

A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Paula Máiran, afirma que a imprensa corporativa funciona de acordo com seus interesses políticos e comerciais. “Um dos ingredientes que formam esse círculo vicioso é o fato de nós termos os grandes meios de comunicação com um discurso único e que é o ponto de vista dessa elite dominante. O que a população tem de informação é algo deformado para atender esses interesses.”

O relator da OEA aponta que uma saída para a democratização das comunicações é a organização da sociedade civil, ele exemplificou o caso das tentativas de regulação das comunicações na Argentina e no Uruguai, em que todos os campos da sociedade civil – como os movimentos de mulheres, o sindical e LGBT, por exemplo – se uniram para abordar a questão.

“Sucessivas decisões da OEA atestam que o monopólio ou oligopólio das comunicações afeta a liberdade de expressão e, portanto, os Estados têm de garantir o pluralismo e a diversidade dos meios. E isso implica em ter regulação, impor limites.”
 
Seminário internacional

Coletivo Intervozes, Centro de Informação da ONU para o Brasil e a Universidade de Brasília, com apoio do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e Fundação Ford, realizam hoje (10) em Brasília o “Seminário Internacional Regulação da Mídia e Liberdade de Expressão”. O objetivo do evento é debater, a partir da experiência de outros países e dos padrões internacionais de regulação e proteção da liberdade de expressão, como avançar internamente para uma agenda regulatória e de políticas públicas promotoras da diversidade e da pluralidade na mídia.

A presidenta Dilma Rousseff recebeu, na última semana, representantes da ‪#‎MarchaDasMargaridas‬,


A presidenta Dilma Rousseff se reuniu, na tarde desta quinta-feira (6), com a coordenadora-geral da Marcha das Margaridas, Alessandra da Costa Lunas, e com representantes do movimento. O tema do encontro foi a 5° Marcha das Margaridas que acontece na próxima quarta-feira (12), na capital federal. A marcha é considerada a maior manifestação atual pelos direitos das mulheres no mundo e deve reunir 70 mil ativistas entre o Estádio Mané Garrincha e a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O movimento – que existe desde o ano 2000 e que tem em seu nome uma homenagem à trabalhadora rural e líder sindical paraibana Margarida Alves, brutalmente assassinada em 1983 – defende um modelo de desenvolvimento sustentável, democrático e com efetiva participação das mulheres. Além de fazer uma defesa da reforma agrária e de políticas públicas de respeito à diversidade.

Neste sentido, as margaridas sempre se posicionaram publicamente contra qualquer prática de incitação à violência e ao ódio de gênero.


Também participaram do encontro, no Palácio do Planalto, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, e do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias.

domingo, 9 de agosto de 2015

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, tachou de “barbaridade” a Proposta de Emenda Constitucional que vincula os salários dos advogados da União e dos delegados federais e civis a 90,25% dos contracheques dos magistrados do Supremo.


O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, tachou de “barbaridade” a Proposta de Emenda Constitucional que vincula os salários dos advogados da União e dos delegados federais e civis a 90,25% dos contracheques dos magistrados do Supremo. Ele disse ao blog que a emenda, aprovada em primeiro turno pela Câmara na madrugada de quinta-feira, fere a Constituição. Por duas razões:
1. “A Constituição Federal, no seu artigo 37, inciso 13, preceitua que é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito da remuneção do pessoal no serviço público. A cláusula é clara, está em bom português. Por isso, essa proposta não frutifica.”
O inciso 13 do artigo 37 da Constituição, mencionado por Marco Aurélio, diz exatamente o seguinte: “É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.”
2. “Cabe ao Executivo a iniciatva de projetos visando disciplinar a organização do funcionalismo. E não se pode manietar o presidente da República ou substituí-lo, versando a matéria em emenda constitucional, cujo processo respectivo não passa pelo Executivo.”
Nesse ponto, o que Marco Aurélio afirma, com outras palavras, é o seguinte: cabe ao Poder Executivo, não ao Legislativo, estruturar as carreiras do funcionalismo federal. Ao tratar dos salários de advogados e delegados numa proposta de emenda à Constituição, os parlamentares excluíram Dilma Rousseff do processo. Por quê? Diferentemente do que ocorre com os projetos de lei, sujeitos ao veto da presidente, as emendas constitucionais independem da vontade da chefe do Executivo. Quando aprovadas, as alterações no texto da Constituição são promulgadas pelo presidente do Congresso.
O governo chama a emenda de “bomba fiscal”. Sustenta que ela custaria ao Tesouro R$ 2,4 bilhões por ano. Um advogado da União em início de carreira passaria a ganhar R$ 27,4 mil mensais. A proposta precisa ser apreciada em segundo turno na Câmara. Em seguida, terá de ser submetida ao Senado. Um grupo de senadores já articula a rejeição da emenda.

A essa altura, duvida-se até da real disposição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de pautar o segundo turno da votação da emenda. Sobrevivendo no Congresso, a matéria será questionada no STF por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade. A julgar pela manifestação de Marco Aurélio, não são negligenciáveis as chances de o Supremo desarmar a “bomba”.

sábado, 8 de agosto de 2015

Presidenta Dilma decide reconduzir Janot ao cargo de Procurador-Geral da República

Sábado, 8 de agosto de 2015 às 13:22
A presidenta Dilma Rousseff decidiu, neste sábado (8), reconduzir o atual Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, para mais um mandato de dois anos à frente do Ministério Público Federal (MPF).

Janot foi o nome mais votado em eleição realizada entre os membros do MPF que resultou em uma lista tríplice encaminhada à presidenta.

Em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República destacou a autonomia constitucional garantida à instituição.


A Presidenta da República, Dilma Rousseff, decidiu reconduzir ao cargo de Procurador-Geral da República o dr. Rodrigo Janot. A decisão foi informada ao próprio Procurador-Geral na manhã deste sábado (8), em reunião oficial no Palácio do Alvorada, realizada com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.


A escolha da presidenta Dilma Rousseff acolhe, novamente, posicionamento da maioria dos membros do Ministério Público Federal, assegurando assim, de fato, a autonomia estabelecida na Constituição de 1988 a esta importante instituição da República.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Com o ensurdecedor fracasso do panelaço da oposição, Dilma pede respeito a Democracia e ao Voto.



A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (7), em Roraima, que o Brasil é hoje um País muito diferente do que teve de enfrentar, na época da ditadura, principalmente porque é hoje uma democracia, e segundo ela, “uma democracia respeita a eleição direta pelo voto popular”.

“Eu respeito a democracia do meu País. Eu sei o que é viver sei numa ditadura. Por isso, eu respeito a democracia e o voto. E podem ter certeza de que, além de respeitar, eu honrarei o voto que me deram”, garantiu ela durante cerimônia de entrega de 747 casas do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) a famílias de baixa renda em Boa Vista.

“A primeira característica de quem honra o voto que lhe deram é saber que é ele a fonte da minha legitimidade, e ninguém vai tirar essa legitimidade que o voto me deu”, entatizou.

A presidenta acrescentou: “Ao longo da vida eu passei muitos momentos difíceis. Sou uma pessoa que aguenta pressão. Sou uma pessoa que aguenta ameaça. Aliás, eu sobrevivi a grandes ameaças à minha própria vida”.

Dilma afirmou ainda que é preciso dedicação “à garantia da estabilidade institucional, econômica, política e social do País” e disse que trabalhará “incansavelmente” para isso “nos próximos meses e anos do meu mandato”. Ela também reforçou a necessidade de “respeito entre os Poderes”.

Economia
Ao abordar o tema da economia, Dilma disse ser “fato que o Brasil passa por dificuldades”, mas disse também que “é fato que nós somos hoje um país muito mais robusto, muito mais forte”.

“Sei que tem brasileiros que estão sofrendo. Por isso que eu me comprometo a trabalhar diuturna e noturnamente. A gente tem um horário de serviço como presidente, às vezes um pouco longo. Mas isso é minha obrigação, é meu dever”, afiançou. “Eu me dedicarei dia e noite, hora por hora, a garantir que o País saia o mais rápido possível das suas dificuldades”, agregou.

Ela lembrou também que o País hoje tem muitas reservas em dólar para enfrentar crises econômicas. “Antes, o Brasil, quando havia qualquer problema, ou interno ou externo, tendia a ter dificuldade para pagar suas contas externas. Ou seja, não tinha dólar para pagar suas contas. Hoje, o nosso País tem mais de US$ 300 bilhões de reserva. Nós não quebramos”.

Falando em defesa do Brasil, a presidenta lembrou que o País avançou muito nos últimos anos, quando tirou milhões de pessoas da pobreza extrema e da miséria e transformou a sociedade brasileira.


“Antes, a gente era principalmente um país só de pessoas bem pobres. Hoje, somos um país majoritariamente de classe média. Melhoramos todas os nossos indicadores de educação. Aí, alguém pode falar: ‘Mas tem ainda muita coisa para fazer’. E eu concordaria com a pessoa. É verdade. Vocês só imaginem tudo que ainda temos para fazer”, disse.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Na TV, PT adota um discurso de otimismo e tenta separar a crise econômica pela qual passa o País da crise política e repudia "oportunismo"; assista

No programa do horário politico do PT  que vai ao ar em rede nacional na noite desta quinta-feira 6, o PT adota um discurso de otimismo e tenta separar a crise econômica pela qual passa o País da crise política, criada, segundo o partido, pelo "oportunismo" de quem "só pensa em si mesmo".
              
                Assista:


Ancorado pelo ator José de Abreu, o programa pede "esperança e união" e afirma que os governos petistas "retardaram" a chegada da crise por seis anos, mas que agora o País passa por "problemas passageiros" e, por isso, está sendo realizado o ajuste fiscal.

Nesta situação, afirma o PT, há pessoas "querendo criar uma crise politica". O programa então exibe imagens de figuras oposicionistas como os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Agripino Maia (DEM-RN) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) e dos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Paulinho da Força (SD-SP) e afirma: "não se deixe enganar por quem só pensa em si mesmo".

Na sequência, surge o presidente do PT, Rui Falcão, afirmando que quem circunscreve a crise econômica ao Brasil deseja apenas "enfraquecer o governo". "Aos que não se conformam com a derrota nas urnas, só pedimos uma coisa: juízo", afirma.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece na segunda metade do programa, lembrando que também fez um ajuste fiscal e que, depois dele, a economia melhorou. "Nosso pior momento ainda é muito melhor para o trabalhador do que o pior momento dos governos passados", diz Lula. "Nosso maior ajuste ainda é menor do que os ajustes que eles fizeram. Por isso, temos tudo para ter um futuro melhor do que o nosso presente e muitíssimo melhor que o nosso passado", afirma.

A presidenta Dilma Rousseff, cuja popularidade segue em queda, surge no fim do programa. Ela afirma que o País passa por "um ano de travessia" e que os brasileiros passaram a cobrar mais de suas instituições e representantes. "Neste novo Brasil, nenhum governo, nenhum governante pode se acomodar, muito menos uma pessoa como eu. Sei que muita coisa precisa melhor, tem muito brasileiro sofrendo, mas juntos vamos sair dessa. Tenho o ouvido e o coração nos que mais precisam e nos que vivem do suor do seu trabalho".


No fim do programa, o PT manda um recado a quem realiza "panelaços" contra o partido, o que se tornou comum em 2015 em falas de Dilma ou inserções do PT. O partido diz não ter "nada contra" esse tipo de protesto, mas afirma: "Só queremos lembrar que fomos o partido que mais encheu a panela do brasileiros. Se tem gente que se encheu de nós, paciência. Estamos dispostos a ouvir, corrigir, melhor. Mas com as panelas, vamos continuar fazendo o que a gente mais sabe: enchê-las de comida e esperança. Esse é o panelaço que gostamos de fazer"

terça-feira, 4 de agosto de 2015

José Dirceu, o Hércules 56 está na ativa companheiro.

José Dirceu (o segundo em pé, da esquerda para a direita), junto com os demais prisioneiros políticos libertados em troca do embaixador norte-americano. Fotografia efetuada antes do embarque do grupo para o exílio.
José Dirceu iniciou sua militância política no movimento estudantil em 1965, ano em que iniciou seus estudos de Direito na PUC-SP, sendo vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) no período de 1965-66. 

Ainda em 1966 rompeu com o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e ajudou na formação paulista das chamadas "Dissidências", em São Paulo a sigla era "DI-SP" (esta organização acabou tendo enorme afinidade política com o grupo de Carlos Marighella, que mais tarde viria formar a Ação Libertadora Nacional). No entanto, Dirceu nunca fez parte dos quadros da ALN. Em 1967 Dirceu, que era conhecido pelo codinome de "Daniel", presidiu a União Estadual de Estudantes (UEE), firmando-se como líder estudantil. Em 1968 foi preso em Ibiúna, no interior de São Paulo, durante uma tentativa de realização do XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).

José Dirceu (o segundo em pé, da esquerda para a direita), junto com os demais prisioneiros políticos libertados em troca do embaixador norte-americano. Fotografia efetuada antes do embarque do grupo para o exílio.

Em 1969 os grupos guerrilheiros marxistas-lenistas conhecidos como MR-8 e ALN seqüestraram o embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick. Os revolucionários exigiram a libertação de uma lista de prisioneiros políticos, entre eles José Dirceu. O incidente do seqüestro do embaixador foi contado no livro "O Que É Isso, Companheiro?" (1979), de autoria do deputado Fernando Gabeira (PV), posteriormente transformado em filme (Bruno Barreto, 1997). Em 2007, o diretor Silvio-Da-Rin lançou o documentário "Hércules 56", onde os protagonistas relatam em detalhes sobre o episódio do sequestro e da libertação dos 15 presos. O filme dá voz também a todos os que foram trocados pelo embaixador norte-americano e que ainda estão vivos.

Os presos trocados pelo embaixador, deportados do Brasil, seguiram para o México, a bordo do avião da Força Aérea modelo C-130 Hércules, matricula 2456. De lá seguiram para Cuba e Paris. Dirceu foi para Cuba. Durante o exílio, trabalhou, recebeu treinamento militar e estudou na ilha.

Cerimônia pelos dois anos do Mais Médicos - AO VIVO



Nesta terça-feira (4), a presidenta Dilma Rousseff participa de cerimônia em comemoração pelos dois anos do programa Mais Médicos. A cerimônia está prevista para as 11 horas, no Palácio do Planalto.

sábado, 1 de agosto de 2015

Apesar da crise, taxa de desemprego é de 11,1% em junho na zona do euro e no Brasil não chega a 8 % .



Os  que querem voltar ao poder, em governar o Brasil, foi um banho de água fria em suas intenções, com a divulgação da taxa de desemprego na zona do Euro.  Essa  notícia que foi destaque na Europa, Estados Unidos e na Ásia e na contra mão, os     jornais no Brasil, o Estadão, Folha de São Paulo e o Grupo Globo  não deram destaque a essa informação.

Para conscientizar a população brasileira, sem tomar partido, neste artigo vamos comparar o desemprego na Zona do Euro e no Brasil.

No Brasil, a taxa de desemprego foi a mais alta em dois anos. O índice de 7,9%, registrado nos três primeiros meses de 2015, é bem maior que o do período imediatamente anterior, e ficou acima da taxa do primeiro trimestre de 2014.

Entre as mulheres e os jovens, o desemprego é maior. A taxa foi de 6,6% para os homens e de 9,6% para as mulheres. Dos jovens de 18 a 24 anos, 17,6% estavam sem trabalho nos primeiros tres meses do ano, mais que o dobro da média nacional, que foi de 7,9%.

"O mercado de trabalho está com uma geração menor de postos de trabalho, mostra uma procura maior por emprego e, consequentemente, o reflexo disso é uma taxa de desocupação maior, um nível de ocupação menor", afirma Cimar Azeredo, coordenador do IBGE.

Para barra esse crescimento do desemprego, além do ajuste fiscal, o governo federal criou, por meio de medida provisória (MP), o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que vai permitir a redução temporária da jornada de trabalho e de salário em até 30%.

De acordo com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, "É mais importante usar recursos públicos para manter o emprego do que para custear o desemprego. É um programa ganha-ganha, orientado claramente para manutenção do emprego em um período de crise", afirmou Rossetto, acrescentando que o programa é aberto para qualquer setor da economia que tenha redução de emprego e renda.

Na Europa, a taxa de desemprego na zona do euro permaneceu estável em junho, em 11,1%, segundo dados publicados nesta sexta-feira (31) pelo Eurostat, o escritório europeu de estatísticas.
O dado é o mesmo que o registrado nos meses de abril e maio no conjunto dos 19 países que compartilham a moeda única, e significa uma redução de meio ponto percentual em números interanuais, contra 11,6% de desemprego registrado em junho de 2014.
A taxa de desemprego mais baixa foi a da Alemanha (4,7%), seguida de Malta (5,5%) e Luxemburgo (5,7%).

No outro extremo, sem surpresas, a primeira posição foi para a Grécia, com 25,6%, segundo os dados de abril, os últimos disponíveis. É seguida por Espanha (22,5%),  Chipre (16,2%), Itália  (12,7%),  Portugal  (12,4%) e  na França 9,8%.

Sobre o desemprego jovem, em junho atingia 20,7% da população ativa com menos de 25 anos na UE e 22,5% na zona euro, abaixo dos valores de há um ano, de 22,1% e 23,6%, respetivamente, Em Portugal o desemprego atingia 20,3% dos jovens.

Os países com mais desempregados entre os jovens continuam a ser Grécia (53,2% em abril de 2015) e Espanha (49,2%), mas também Itália (44,2%) e Croácia (43,1% no segundo trimestre). Do outro lado, o desemprego jovem é menos significativo na Alemanha (7,1%), Malta (10%) e Estónia (10,1% em maio) e Dinamarca e Áustria (10,3% cada um).