O ministro Marco Aurélio Mello, do
Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a afirmar ontem, em entrevista no
programa Canal Livre na Band, que nada justifica o ato de força que foi a
operação desencadeada na sexta por agentes da Polícia Federal, do Ministério
Público e pelo juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Mello expressou preocupação não apenas com a “terrível” repercussão para
a imagem do Brasil no mundo como também com o próprio Estado de direito: “Se
ocorre com um ex-presidente da República algo tão extremado, imagina o que pode
ocorrer com um cidadão comum”, alertou.
Em alguns momentos o entrevistador BÓRIS CASOY chegou a ser insistente para extrair
do ministro alguma parcimônia em relação às justificativas apresentadas pelo
coordenadores da operação, de que a condução arbitrária de Lula se fazia
necessária para a segurança do processo e do próprio depoente. “Para a Justiça
ninguém deve ser intocável, mas não podemos voltar à Idade Média”, rebateu
Marco Aurélio Mello. “E essa história de que servia para garantir a proteção
dele eu apenas anuncio: eu não gostaria de ter esse tipo de proteção”,
ironizou.
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